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terça-feira, maio 21, 2013

imaginagem

então ousas dizer que sou fantasista
tudo da minha cabeça vem
histórias sem lastro
inflação

o que percebo nada é
mente constantemente trabalhando
alone alheia

eu
mas eu
mais eu

sei que sei
sei que sabes
sei sou

então foda-se
vaca atolada na lama geral
não sou
foda-se

fantasia trabalha pra mim
mundo não mundo
escrevo na pedra
idade verdade

nua imagem
sem fantasia
eus real
agem







ciência da pedra

o poeta diz
paz ciência
o tempo transcorrendo
fluido

o mundo?
vírgulas pontos
pausas exclamações
ansiosas consoantes

a paciência não
observa as pedras
ex obstáculos

o perigo da pedra
é a lembrança da pedra
cada nova pedra velha é

as pedras
fantasias cristalizadas
carvões

caio na real
e diamantes tenho
plataformas
lançamentos
o futuro


sábado, maio 04, 2013

verdadeira história da briga entre cães e gatos

era uma fábula.
os felinos e os caninos eram melhores amigos na mata.
protegiam-se mutuamente dos homens verdadeiro inimigo.

aprisionava os cães e sequestrava os gatos
adocicava suas vidas com comida não grátis
o homem não contava o preço
mas tinha: coleira, prisão, pancada, educação

os lobos detestavam os cães
e os felinos desprezavam os gatos
discutiam quem eram piores
os gatos eram espertos e circulavam
tinham ainda uma vida
e todos desprezavam os cães

os gatos que tinham estado na floresta
voltavam superiores para a vida doméstica
provocavam os cães
ah principalmente aqueles que estendiam o pescoço pra coleira
e cachorro por acaso sabe o que é passear?

e assim continua.




guerra dos ex-macacos

                                       "eles são muitos
                                        mas não podem voar" ednardo

tinha uma guerra.
neo-macacos criavam porcos, bois e cachorros
outros bichos em zoológicos
matas diminuindo
todos presos.

então houve um leão.
ele caçava numa savana cercada
observado por macacos e ex-macacos
eles se divertiam até admiravam
o leão esqueceu a zebra
esqueceu porque corria
sentiu o olhar de todos
na sua pele pelos de leão
corria para os olhos
pavão

mas veio a fome sem zebra
e o leão apreciou muito a carne
que os ex-macacos lhe deram
pedaços de que bicho era?
mas delícia curtiu na boca
conforto no estômago
sossego
o leão deitou espreguiçou e..
arrotou.
aí sentiu soube: cheiro de domesticação.
eca! vomitou. teve nojo de si. deprimiu.

um dia voltou a correr.
não era fome nem fama
corria porque corria
a natureza se move no mover da natureza
e o leão voou
estava livre dos macacos
suas asas batiam falcão

nos altos dos altos
outros gaviões corujas etc.
discutiam estratégias
era preciso retomar a terra

os lobos foram aos leões
notícias. um leão voou..
era tempo de despertar

leões preguiçosos
lobos gatos e o mato
espertavam todos
encontros de livres habitantes da terra
delegações com números
animais eram montes os livres

e era a ação.
leões destruíam arcos
que miravam pássaros e novos pássaros
aí quando estavam diante das espadas
leões voavam nos céus sem flechas
pássaros mergulhavam
não havia mais canhões metrancões

as baratas lembravam que eram ratos
os ratos lembravam que eram porcos
os porcos lembravam que eram bois
os bois lembravam que eram cães
os cães lembravam que eram lobos
lobos sentiam-se leões
leões voavam.
pássaros mergulhavam
viravam répteis viravam peixes
povoavam terra e água.

e até os ex-macacos
lembravam de novo ser
humânimo
atravessavam livres velhas fronteiras
novo ser mutável múltiplo
flexível

dos deles sobraram poucos
maus famintos preguiçosos
os mimados
estúpidos opressores
eram poucos sozinhos
como é que todos ainda não tinham visto isso?
eram poucos.

então o sábio disse:
eles puderam porque amavam poder
alma aprisionava alma
já seres que voam
nada podem querer de outros
que já não tenham em si mesmos
sem fome nem pressa
liberdade.