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terça-feira, novembro 01, 2011

liberdade

ela saiu ao campo
havia ar e árvores
e ela se chamava liberdade agora

pulava chapeuzinho na floresta
colhia flores respirava
conversava com os bichos plantas montanhas e rios
sentia o sol aquecer nutrir envolver
foi então ela viu
havia pessoas passando fome

ela chegou-se às pessoas sem medo
o medo da fome ela tinha vencido
naquele quarto do inferno

andou mais e chegou numa grande casa branca
e entendeu. era a causa.
lá tinha dois homens
o moço era bonito
e estava armado.
perigoso e temido.

mas ela se lembrou
do quartinho
a morte ali ela entendeu
quando a desejou ardentemente
e ela não veio
quando se acalmou
entendeu
a morte é amiga
é para o momento infalível
em que for necessária
mas aí já não precisava
podia seguir sua amiga
sim a dor tem fim.

usar o corpo a beleza a inteligência?
sim usar tudo o que eu tenho para mim.
mas era fácil demais.
ele já a olhou encantado.
e ela se deu a ele
liberdade
depois fez umas trouxas de comida
selou um cavalo e convidou-o a vir
sim a fome não comove
mas o amor sim.
e ela usou o amor.

o moço agora servia os mendigos
ela sorriu e partiu.



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